Noite Vazia

      

Em uma noite vazia, de um sono que se foi. Com o escuro do quarto eu podia ver alguns clarões na janela, dos faróis dos carros, e das sombras das árvores que balançava conforme o vento lá fora, e virando na cama inquieta e sem saber mais o que fazer, fechei os meus olhos. Eu não sabia exatamente o que me fazia perder naquela noite. Parecia uma pessoa de mente fértil e sem balanço, monótona e sem espaço no mundo. Eu me perdia em mágoas, já era madrugada da noite, e eu nunca tinha percebido o quanto uma noite durava, porque eu esperava pela luz do sol, e percebi quanto faz falta se ficássemos sem a luz, mas eu precisava bem mais do que o clarão da manhã diante do meu quarto, eu precisava me desprender de toda nostalgia, e de todo mal que tomava conta de mim. Como se fosse algo parecido como aquela história que escutei aos meus dez anos, de uma criança indefesa que sofria a síndrome do sono, mas porém, era uma história de final feliz, mas que também o escuro o amedrontava, mis ela pode correr até o quarto ao lado, porque lá estaria seus pais, e que lá seria muito melhor do que qualquer luz de sol, e de qualquer brilho de estrela. Mas eu não. Estava me sentindo só, e o que eu sentia não podia recorrer a ninguém, o que me fazia perder era um coração fechado e sem força nenhuma. Mesmo querendo um outro dia, eu estive com medo de recomeçar, me faltava palavras de apoio ou talvez um olhar que demonstra-se: "não tenha medo". Nem saberia dizer qual palavra me faltava se não sabia o que tanto me atormentava. Eu me via em uma noite fria e longa. A impulsividade do meu coração me deixava levar, eu já nem queria a luz, e se eu adormecesse ali já não teria nenhuma vontade de acordar, e me perguntava: Que medo solitário é esse que me faz perder todo sentido? E quando menos percebi eu já conseguia me responder: Era uma fria madrugada solitária e sem espaço pra amar.

0 comentários:

Postar um comentário

Sua opinião é importante e valiosa. Obrigada por visitar!